sábado, 17 de maio de 2008

A descoberta do nêutron

Até aproximadamente 1930, os cientistas já estavam razoavelmente habituados com a idéia de que os átomos possuíam prótons e elétrons. Sabiam, inclusive, que o próton é bem maior que o elétron (um próton equivale, em massa, aproximadamente 1.840 elétrons).
Todavia, não conseguiam explicar o porquê de átomos de um mesmo elemento químico possuir massas diferentes. Essa questão se acentuou quando o cientista F. W. Astan constatou experimentalmente que o gás neônio possuía dois tipos de átomos com massas atômicas diferentes.
Como não poderia deixar de ser, quem deu uma explicação para essa diferença foi
Ernest Rutherford quem elaborou uma hipótese sobre o núcleo do átomo: o núcleo conteria, além de prótons, outras partículas com peso semelhante ao dos prótons, mas, sem carga elétrica. Segundo o palpite do neo-zelandês, essa partícula neutra seria híbrida, composta da associação íntima de um próton com um elétron.

A radiação de uma beta aconteceria quando essa partícula neutra se rompesse em um próton e um elétron - e, como o elétron não fica quieto dentro de um núcleo, seria cuspido para fora. O núcleo, nesse processo, teria sua carga aumentada de uma unidade e passaria a ser o núcleo de outro elemento.

O físico britânico James Chadwick se empenhou na busca por essas partículas neutra até que, em 1932, com uma série de experiências muito bem elaboradas, achou o que procurava. Com sua modéstia e timidez características, publicou um artigo de meia página na revista Nature intitulado "Possível existência de um nêutron". Esse pequeno artigo rendeu-lhe o prêmio Nobel de Física de 1935, mesmo ano em que os Joliot-Curie ganharam o prêmio de Química.

Depois que o nêutron foi apresentado ao mundo por James Chadwick, ficou claro que essa partícula era ótima para explorar as vísceras do núcleo. Por ser neutra, penetra no núcleo sem sofrer a repulsão elétrica que barra a entrada de prótons e alfas. E, por ser relativamente pesada, consegue chacoalhar com eficiência o núcleo bombardeado. Era de se esperar, portanto, que nêutrons fossem mais adequados para produzir novos isótopos radioativos que as partículas alfas usadas pelo casal Joliot-Curie.

Hoje em dia sabemos que o nêutron é uma partícula composta por dois quarks down e um up. E que se isolada do átomo se torna instável com uma vida media de 15 minutos até se decair emitindo um elétron e um anti-neutrino.





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